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Entendendo aIncontinência

Incontinência urinária – um problema maior para as mulheres

01 de Novembro de 2016
TENA

Uma em cada três pode sofrer de perda involuntária de urina ao longo da vida Não são poucas as chances de uma mulher sofrer ao menos um episódio de pequenos escapes de urina durante a vida. Segundo a entidade americana Urology Care Foundation, uma em cada três mulheres pode vir a sofrer com a perda de urina involuntária em algum momento da vida.

Existe a chamada incontinência “por esforço”, que acontece quando a pessoa tosse, espirra, ri ou faz exercício físico, e a chamada incontinência “de urgência”, cujos sintomas são a vontade forte e imediata de urinar ou a vontade de urinar em intervalos cada vez menores (inclusive à noite). Ambas as situações podem ou não ser acompanhadas por escape da urina. Há pessoas que desenvolvem a incontinência mista, que abrange sintomas dos dois tipos já descritos. O que se sabe é que a possibilidade de desenvolver o problema está diretamente relacionada ao envelhecimento.

Em todos os estudos realizados sobre incontinência, no Brasil e em outros países, a prevalência é sempre maior na mulher. Acima dos 60 anos, o sexo feminino tem probabilidade duas vezes superior à dos homens, segundo a Sociedade Internacional de Incontinência (ICS). Qualquer que seja a razão dos pequenos escapes de urina, é grande o impacto na qualidade de vida da mulher, levando-a muitas vezes ao isolamento social, abalo na vida sexual e sofrimento psicológico – além da inconveniência da perda de urina que pode ocorrer em qualquer local e a qualquer momento.

As mulheres são mais acometidas por estes escapes de urina por uma desvantagem anatômica: o canal da uretra nelas é mais curto do que nos homens. Além disso, a mulher é mais exposta a fatores de risco, como número de gestações e partos (quanto maior número de ambos, maior o risco), obesidade (o sobrepeso pode pressionar a bexiga), falta de atividade física ao longo da vida ou muita atividade física de sobrecarga, constipação intestinal e a queda do hormônio feminino estrogênio após a menopausa, ocasionando perda muscular.

Essa perda muscular afeta todo o corpo, inclusive os músculos do assoalho pélvico, responsáveis pelo controle do esfíncter uretral, que funciona como uma válvula para impedir a saída da urina. O fator hereditariedade também conta, porque influencia a formação das fibras musculares.

Há também doenças que, junto aos fatores de risco já descritos, também podem contribuir para incontinência por conta de alterações neurológicas como diabetes, Parkinson, acidentes vasculares cerebrais (AVC), demências, entre outras. Alguns medicamentos utilizados para o tratamento dessas condições também podem aumentar o risco de escape de urina, como diuréticos e antidepressivos.Não se pode descartar também questões como tumores de bexiga ou cálculo urinário e comprometimento da sustentação do útero e da bexiga. Daí a importância de não se esconder os sintomas do médico, que poderá investigar a real causa da perda involuntária de urina.

A incontinência urinária, no entanto, não é sempre um mal silencioso, que chega sem avisar. Um sinal de que no envelhecimento esse problema pode surgir é se houver a ocorrência de episódios, ainda que esporádicos, durante a gestação. Se isso acontecer, é grande o indicativo de que a mulher poderá ter incontinência com o processo de envelhecimento. O melhor a se fazer é buscar a ajuda de um médico, que poderá indicar a melhor maneira de prevenir o problema – normalmente por meio de uma equipe multidisciplinar que leve em conta não só a parte física, como também psicológica e nutricional. Lembre-se: incontinência urinária não é um processo natural do envelhecimento e, por isso, é um problema que pode e deve ser tratado.

Prevenção Além de evitar os fatores de risco, reforçar a musculatura do assoalho pélvico é uma medida preventiva bastante acertada. Há fisioterapeutas especialistas na reabilitação dessa região e que podem ajudar na prevenção para as mulheres com maior risco ou mesmo na melhora da incontinência para aquelas que já apresentam episódios.

Na dúvida, prevenção nunca é demais. Qualquer mulher pode trabalhar a musculatura do assoalho pélvico para prevenir sua flacidez – especialmente quem pretende engravidar. Sendo o principal músculo do assoalho pélvico o chamado “levantador do ânus”, o exercício que fisioterapeutas recomendam é para ativar esse músculo por meio de sua contração, como se estivesse evitando a passagem de fezes. A contração desse músculo também trabalha a região da uretra, simulando também a ação de segurar a urina.Além do trabalho da musculatura do assoalho pélvico, alguns fatores podem contribuir positivamente para a prevenção da incontinência urinária.

Conheça alguns deles:Exercício físico moderadoAtividades como ioga e pilates, pois incluem o trabalho da musculatura pélvicaManutenção do peso corpóreoAlimentação rica em fibras para melhorar o trato intestinalEvitar a ingestão de líquidos antes de dormir. Diminua o consumo de café, chá, refrigerantes e bebidas alcóolicas Tratamento Seja qual for o tipo de incontinência – de esforço ou urgência – o tratamento só pode ser decidido em conjunto com o médico, seja ele o ginecologista, geriatra, urologista ou de outra especialidade. O tratamento mais comum, o chamado “conservador” inclui reabilitação dos músculos do assoalho pélvico e, dependendo do caso, medicamentos. Em casos mais graves, pode ser considerada a necessidade de cirurgia.

Outras técnicas fisioterapêuticas indicadas no tratamento são a eletroestimulação e o biofeedback eletromiográfico. A primeira é feita por meio da estimulação muscular, seja pela colocação de eletrodos intravaginal ou na superfície do músculo.

Já o biofeedback, realizado por meio de eletrodos, consiste em uma técnica que permite gerar informação computadorizada sobre os músculos e as disfunções pélvicas, dando maior direcionamento ao trabalho de reforço muscular a ser realizado.Durante o tratamento, a mulher pode utilizar absorventes próprios para os pequenos escapes de urina, que possuem tecnologia para a rápida absorção da urina, evitando que a pele fique úmida, além de neutralizador de odor, o que contribui para maior conforto e segurança da mulher.